quinta-feira, 19 de abril de 2007

Feriadão!!





Dylan Thomas.

Esse é o nome do cara que vai acabar me influenciando. Não, isso não é uma previsão das cartas, nem uma visão que tive durante um transe. Podia até parecer transe o estado alcoólico em que ouvi os seus primeiros versos, mas não era. O fato é que o cara manda muito bem. Eu não sou fã de "versos traduzidos", porque no original existem sentidos, rimas e sons mais interessantes. Traduzir, principalmente do inglês, pode empobrecer muito o verso, e até compromete-lo.

O que não aconteceu com o citado poeta, escritor, roteirista e ativista acima citado. A profundidade do que escreve me atormentou logo no prólogo do livro, que transcrevo um pedaço:

"Na noite sufocante.
O Salmão no oceano suga o sol que sucumbe,
E os mudos cisnes surram o azul
Do meu poente que orvalha a baía, enquanto entalho
Esse alvoroço de formas
Para que saibas como eu,
Um homem que rodopia ao léu,
Também exalto a estrela e o pássaro
Tonitruante, nascido entre sargaços,
Homem em pedaços, sangue abençoado."

Resta para mim esclarecer algumas peculiaridades:

- Nasceu e viveu sua infância na beira do mar, no País de Gales.
- Aos onze anos havia escrito mais de 200 poemas. Seu pai lia Shakespeare e a Bíblia para ele, que aos 4 anos de idade não sabia ler.
- Morreu em conseqüência do abuso de álcool, aos 39 anos.
- Seu legado inspirou Bob Dylan, que modificou seu nome em razão disso.

Dylan Thomas – Poemas Reunidos (1934 – 1953)

http://www.culturapara.art.br/opoema/dylanthomas/dylanthomas.htm

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Odeio aquela gente que ao primeiro frio do ano, ensaca as roupas de verão e soca tudo no maleiro do guarda-roupa. Tira, ao mesmo tempo, todos os cobertores, casacos e blusões de cima do mesmo guarda-roupa e entope a máquina de lavar. Semana que vem, faz 30 graus de novo. Que roupas iremos usar?

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Subitamente, num lampejo de iluminação neurônica, lembrei-me de um cd que eu ouvia compulsivamente na década passada, e até a alguns anos atrás. Infelizmente, um gatuno conhecido (meu), surrupiou a obra de minhas gavetas e entristeceu minhas introspecções dos dias que se passaram. Até o dia de ontem. O mesmo lampejo me impeliu a procurar "corsariamente" uma cópia digital de tal obra. E não é que encontrei uma alma inteligente que disponibilizou o mimo audiofônico para download? Pois é, downlodeei-o-o inteiro com o ‘eMule’ e estou a ouvir compulsivamente novamente. O que é a tecnologia não?

90’s Surf Music – CD promocional da revista Fluir (de alguma das edições da década passada). Dá uma olhada no playlist:

1. Pennywise - Peaceful Day (2:54)
2. NOFX - Bleeding Heart Disease (3:39)
3. No Fum at All - Master Celebrator (2:56)
4. Shelter - Society Based on Bodies (2:54)
5. Millencolin - Mr. Clean (2:41)
6. Satanic Surfers - The Treaty and the Bridge (2:43)
7. Down By Law - Radio Ragga (4:42)
8. Voodoo Glow Skulls - Shoot the Moon (3:26)
9. Shades Appart - Valid (2:04)
10. Pleasure Fuckers - Last Smoke Last Dime (3:17)
11. Gorilla Biscuits - Competition (2:06)
12. Liberator - Handy Man (1:28)
13. RKL - Will to Survive (3:16)
14. Cerebros Expremidos - Romper la Red (2:52)

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No matter how hard you try, you can't stop us now!

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Minha conexão caseira, discada, está uma verdadeira bosta. O que não é nenhuma novidade em se tratando de conexão discada. Inclusive, isso não tem nada a ver com o post. É só um registro de indignação.

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Quero aqui dar os parabéns a todas as pessoas que compareceram ao último Sarau do Clube Literário de Cachoeirinha, no dia 29 de Abril, no Arca Pub. Estava simplesmente fora do normal. Ainda mais depois de 2 caipiras para aquecer a garganta. Caipirinhas de cachaça, para prestigiar o nosso país.

Ao adentrar o recinto, (des)elegantemente atrasado, dei de cara com a Arlise, depois com o Rafo. Um cara que me pareceu um "menino novo ainda" estava no palco e debruçava seus púberes versos, lindos, para o público. O discurso emocionado foi aplaudido, inclusive por mim que não ouviu tudo. Achei a atitude do cara muito positiva, já que sou militante de que escrever para si mesmo é masturbar-se. Pode ser saudável, mas não oferece tanto prazer quanto compartilhar o ato.

Bom, seguiu o baile. Não é uma figura de linguagem, já que o som estava muito animado nesta noite. Rolou um Raul dos mais tri. A presidente convidou uma banda, para que a coisa ficasse mais organizada, e ficou, com certeza.

Li 3 textos. Já que o tema era "O rapto da Europa", fui obrigado a ler Fernando Pessoa, e parte de obra. O segundo texto foi de uma amiga muito querida, de Caxias do Sul. Extremamente aplaudida a crônica sobre ‘a boca’ de Adriana Antunes. Por último, eu tive que me gabar do meu poema ‘posse’, inspirado em um momento de melancolia e rancor. Adorei, a interação foi dez.










O melhor estava por vir, e eu nem sabia. Ao finalizar as minhas batatas com caipirinha com a Arlise, a Aida se aproximou e disse:

- Vamos em uma festa?
- Vamos! - respondeu a Arlise, sem pensar.
- É uma festa de ogum! – Me perguntei o que seria isso...
- Se é festa to dentro! – A Arlise confirma.

Deu tempo ainda de pagar a conta, de ver as duas entrando em um carro e sumir. Noites calmas de Sábado, eu tenho.








Tenho que...

Beber menos Coca e mais água
Comer menos carboidrato e mais fibras
Ver menos televisão e mais teatro
Ver menos DVD e mais cinema
Ser menos padrasto e mais pai
Ser menos marido e mais amigo
Ser menos comum e mais original
Trabalhar menos focado e mais direcionado
Fazer menos sexo e mais amor
Ser menos crítico e mais aconselhador
Ser menos jornalista e mais poeta
Ser menos técnico e mais engenheiro
Ver menos defeito e mais qualidade
Trabalhar menos "para outros" e mais para "mim"
Pensar menos nos outros e mais em mim
Ser menos colega e mais amigo
Defender menos o velho e mais o novo
Pedir menos soluções e mais ajuda
Chorar menos a tristeza e mais a alegria
Ser menos afoito e mais controlado
Ser menos possessivo e mais apaixonado

quarta-feira, 18 de abril de 2007

Não sei que título isso tem...!!!

Por dias me sinto assim, como se algo faltasse na minha corrente sangüínea. Anemia! - Diria o meu médico, empurrando aquela temível solicitação de exame de sangue. Entretanto, eu não procuraria uma clínica. Não me sinto incapaz ou fraco, muito menos doente. Sinto que algo bom me aconteceu, como se ser atingido por um raio me trouxesse algo de especial, algo de sobre-humano. Assim amanheço cada dia nestas últimas semanas.

Me sentia incapaz de ser feliz, e um dia isso mudou. Eu não sei bem quando, e nem porque. Eu sei que não vai ser assim pra sempre, por isso eu devo, eu tenho que aproveitar. Eu troco uma eternidade de marasmo por uma semana de pura loucura, e saio feliz com o meu lucro débil de mente parcial.

O que me falta, talvez, seja um pouco de paciência com o mundo. Talvez um pouco de audácia da minha parte. O que me falta é um sorriso sincero e um não categórico. O que me falta é uma espinha dorsal que não seja de borracha.
Enquanto espero a providência divina, uma mentira me sustenta vago de coração e mente. Uma mentira maior até que a providência divina. Mentir me arredonda os cantos vivos e me faz mais humano e mais rato, ao mesmo tempo. Mentir que eu sou assim, e não assado. Mentir que assado eu sou, e não assim. Eu quero que o mundo mude ao bater do meu coração e quero que isso seja natural. Mas não dá!
:--:
Ah com eu queria!
Como seria bom... se meu mundo mudasse quando eu fizesse beicinho.

Que vontade...!!

Teu olhar me atravessa, como se eu fosse de vidro. Minha pele translúcida, como fina camada de papel manteiga. Tuas perguntas me cortam profundamente a carne, me rasgam o fino embrulho cutâneo. Assim me sinto como engasgar com as próprias respostas.

Quase incontrolável, o desejo de confessar tudo me deixa afoito. Me atrapalho em adjetivos quase sempre aflitos de um sentido inexistente. Reluto em não me delatar pelas ações, e quando percebo, estou todo amarrado proferindo gentilezas.

Eu não consigo fugir!

terça-feira, 10 de abril de 2007

Abuse

Me irrite para não se sentir solitária. Quando eu esquecer, eu vou ser carinhoso denovo. Aproveite as massagens, o carinhos. Aproveite os meus mimos. Me use como parâmetro negativo, me estimule a desistir. Concentre-se em me fazer inseguro. Mais do que tudo, se acostume assim.

Alguém vai ter que sentir falta desse amor.

Caminhando acompanhado

Conheço pessoas o tempo todo, e gosto muito disso. Tenho grande facilidade ao me relacionar, adoro conversar, sou do tipo que adora dar conselhos e escutar os outros. As pessoas gostam disso e se aproximam, naturalmente. Como pensador nato, vivo em devaneios o dia inteiro, a vida toda. Muitos permeados por pessoas e situações que não aconteceram ou aconteceriam se eu não fosse quem sou, se eu fosse diferente.

...

Hoje pela manhã, o meu café foi delicioso e insuficiente, como qualquer café de quem está preocupado em perder peso. O dia frio me obrigou a sair agasalhado, o que adoro. Não demorou e começou a chover.

Quando me dei conta, você estava comigo no ônibus, ponderando sobre o que deveria fazer primeiro no trabalho. Sobre eu deixar as mensagens instantâneas de lado, os emails e me esforçasse a entregar os meus prazos. Engraçado é que isso é que tem me motivado a continuar vivo, trabalhando e acordando todo o dia. Você estava nos sabotando.

No trabalho, te expliquei minha rotina, te mostrei como eu faço as coisas. Me exibi com meus métodos, te mostrei como me esforço para ser o melhor de mim. Cada atividade era permeada por explicações e sorrisos, com carinho de alguém que ensina algo para outro. Você interfere no meu dia, me ouve, me entende, me contagia. Você acaba sendo o meu dia.

Não importa o que eu faça ou onde esteja, pareço ligado a você como se te desse instruções constantes sobre o meu dia. Me encantaste de uma maneira peculiar, a qual pouco eu conheço como me desvencilhar. E nem quero.

sábado, 7 de abril de 2007

Saldo Negativo

A multidão se aglomera frente ao estabelecimento. A noite caía e esfriava o cadáver ainda úmido, vítima daquela tarde. Os assaltantes não tiveram um pingo de consciência de que levariam a vida dele atirando ou não. Carregaram seu suor e sangue, seu tempo com a esposa e filhos, seus sonhos e deveres, tudo em uma sacola velha de lona. Atiraram naquela tarde e um pouco do coração da vila inteira.

...

Ao chegar ao balcão da farmácia, me escorei e esperei que ele terminasse de escrever em um papel. Ele ergueu o pescoço mais do que necessário para um homem comum. Entretanto, sua cabeça mal saía acima do balcão. Esse era o Baixinho.

Ele me atendeu meio desconfiado, me olhando de cima abaixo. Sempre me encarando por sobre o óculos fundo de garrafa. Por fim, me entregou o troco e largou:

- Tu não é o filho do Gelson?

- Isso mesmo... - E o assunto continuou.

Assim virei cliente dele. Ou será que não. Acho que isso foi bem antes.

...

Assim como todo cidadão que nasceu e se criou nos bairros Fátima, Marechal Rondon e Nova Cachoeirinha, um dia precisou de injeções e conheceu o Baixinho, lá estava eu. Tremia da cabeça aos pés, segurado pelo meu pai. A ponto de voar daquela farmácia, quase criando asas.

- Não vai doer nada, é bem rapidinho – ele tentava me acalmar.

- Ahhhhh, nãããão pai... eu não quero injeçaãããããããão.... ahhhhhhhhh!

- Nossa, mas que fiasco, pronto. Já deu. Nem doeu.

Sequei as lágrimas e saí injuriado. Ele tinha razão, não havia doído nada e eu havia feito um fiasco feminino sem motivo algum. Depois, com o meu pai na rua, desmaiei sem motivos. Eu havia ficado tão nervoso que perdi os sentidos ao me acalmar. Acordei em casa.

...

Sobre a sua moto, ele percorria 4 bairros quase todo dia. Era um curativo na dona Diora, no meio da Nova Cachoeirinha. Ela havia estado no hospital durante quase um mês devido a um mioma, e agora se tratava em casa, com curativos uma vez por dia. Seu agradecimento era o seu pagamento. Outro dia teve que dar 10 injeções no filho do seu Ananias, por conta de uma infecção. Era todo dia a mesma romaria. A vila inteira era sua casa, seus filhos eram os filhos dos outros. Ele era o enfermeiro sem diploma de muita gente. De alguns, o médico sem faculdade.

Ele sabia do seu papel na sociedade. Ele tinha suas convicções e sabia que cada um esperava dele um pouco de ajuda, um pouco de compreensão e pagava com muito carinho com sua família e filhos.

...

A moto parou na frente da farmácia, ele ouviu o barulho e saiu de trás das prateleiras. Um cara já se encontrava no meio da loja e o outro continuou sentado na moto ligada. Sem tirar o capacete, o rapaz levou a mão as costas enquanto ele perguntava:

- O que era pra ti?

- Abre o caixa, vamo logo, é um assalto.

Acostumado a rotina de assaltos, e um tanto indignado, se recusa a correr. Começa a falar do dinheiro do aluguel e da faculdade dos filhos. Por dentro do capacete, reconhece traços do motoqueiro e sua voz que o denunciava.

- Tu não é o filho do....

- Não sou ninguém, me dá esse dinheiro logo.

- Mas eu te conheço...

- Ah, tu me conhece? Tu me conhece? - um disparo nervoso e um peito perfurado.

Caído pelo impacto, ele se arrasta em direção a um filho da comunidade que ele cuidou como seu. Ao se agarrar no pé deste, que enchia a sacola de lona com o dinheiro do caixa, o motoqueiro se vira e chuta. Mais dois disparos e a disparada sobre a moto.

Fábula e tragédia. Morre abraçado a um pé de sapato do agressor.

quarta-feira, 4 de abril de 2007

Posse

O querer involuntário
Me respeita ao contrário
E me mata toda hora


Que estranho esse cenário
O diabo e o escapulário
Minha posse vem agora

É incrível tua luta
Em me ter na tua nuca
Me jogando a vida fora

Tu me queres do teu jeito
E por mim teria feito?
Minha alma nua chora

segunda-feira, 2 de abril de 2007

Quase me comunicando

Estou meio eufórico...

Meus dedos e mãos, correndo freneticamente pela mesa, por todo o ambiente de trabalho. O mouse, coitado, sofre em minhas mãos. Seus botões clicam tanto que, quase em brasa, pedem socorro. Eu vasculho meus emails corporativos, e nada. Olho meu email pessoal, nada também. Onde será que você está? Olho no Skype, e nem sinal de você. Se entrou não me deixou recado ou não me chamou. Abri o MSN, na ânsia de te achar, e você nem on-line estava. Muito menos havia atualizado o seu Spaces. E o Gtalk estava vazio sem a sua presença.
Nenhuma mensagem no meu celular, nem sequer uma ligação não atendida.
Todos os canais estão abertos... Como você não pode ver????